domingo, 15 de março de 2009

Kingdom hospital way of life


É por ai que a gente cresce: Surrando o próprio rosto com luvas de aço que nós mesmos acabamos de fabricar. E para não bastar, a nossa cara também é, e será surrada pelas luvas de outras pessoas também. As vezes a situação passa a ficar até comica. No nosso individual mais que coletivo, vivemos a vida num hospital. Em que nos machucamos e nos curamos, sucessivamente. Quase que como no "Kingdom Hospital" do Stephen King. Onde existe uma nítida e ao mesmo tempo quase que irreconhecível simbiose entre a loucura e a razão. Mas algo ainda me deixa a crer que estas duas ultimas, nunca estiveram numa posição contrária a de uma simbiose.

"Simbiose é uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes. Na relação simbiótica, os organismos agem activamente (elemento que distingue "simbiose" de "comensalismo") em conjunto para proveito mútuo, o que pode acarretar especializações funcionais de cada espécie envolvida."(wikipedia)
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Falamos da dor de crescer. A vida num ato de lucidez e loucura. Mas em que ponto da vida a loucura entra na nossa vida? As vezes a gente, num ato de querer ser adulto, não acredita no mundo pela perspectiva de uma criança. E vê o mundo de uma forma que pensamos chamar de lúcido. Mas se o grande mundo é criado pelos adultos, é dificil encaixar outra forma de enxergar nesse mundo já pré-existente. Se ele fosse um munto infantil, talvez. Disso tudo a gente pode entender que não há como saber o que é loucura e o que não é. Assim como no "Alienista" de Machado de Assis, a relação do que é loucura e o que é lucidêz não está ao nosso alcance. A gente tende a seguir um padrão. E esse padrão que nos leva a algum lugar. Nos lega a crer que malucos são malucos e os normais são os normais.

Mas muitas vezes parece que temos tanto medo de perder a razão, que esquecemos de nos preocupar em manter a razão. Principalmente quando se fala de um coletivo. Temos medo do que os outros falam. E não adianta dizer que não. Todos nós vivemos e nos alimentamos a cerca dos restos que outros deixaram. Agimos como sombra, que durante o dia segue o padrão que o sol impõe. E de noite se confunde com o breu. Que aparece, criada por outro ser. E se esconde com medo de não ser. Nisso a gente se mascara e se disfarça tanto, que chega a perder o que realmente somos. E vivemos por acreditar em algo, ou ser acreditados por algo. E o jeito kingdom hospital de viver aparece, meio insano, meio são, meio simbiótico, e vão.

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