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A beira da minha janela tinha um vaso de rosas vermelhas. Essas rosas exalavam um cheiro forte que incomodava as vezes ao sentir. Essas rosas eram aquela esperança que a gente tinha quando criança, de tentar ser sempre maior e maior do que a gente era. Mais alto, mais esperto, o maioral. So que conforme a gente cresce, uma a uma dessas rosas vai perdendo o exalar. E o odor que resta é cada vez mais fraco. Fraco de potência. Fraco de efeito. Fraco de ser menos forte.Não que isso seja ruim. Não que isso seja bom. O odor somente não é mais o mesmo. E torna a ser um pouco menos do menos que restava ali.
E hoje, por mais que poucos anos tenham passado. Sinto o cargo que a velhice faz sobre as minhas costas. Não tenho rugas. Não tenho aparento ter meia idade. Não tenho dores. Não fico falando frases como "No meu tempo era...", pois eu sei que ainda estou no meu tempo. E sinto que o presente dessa frase ainda quer crescer em mim. Mesmo que com menos intensidade do que antes. Menos efeito do que antes.
Mas mesmo assim ela cresce. Como aquela rosa na janela que quer respirar. Quer exalar um respingo de felicidade que ainda resta. Para perfumar as almas, nem que seja de um simples inseto que passou por ali.
Não sei se o meu amor é um amor de rosas vermelhas...
Mas é um amor de pétalas de rosas voando ao vento, junto comigo.
Écoute:
Clint Mansell - Death is the Road to Awe.
Pensée:
Acteur qui me fait penser à Roses...
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